Crime

Médico acusado de manter paciente em cárcere tem prisão prorrogada

Bolívar Guerrero foi preso no dia 18 de julho

Bolívar foi preso no dia 18 de maio.
Bolívar foi preso no dia 18 de maio. |  Foto: Reprodução TV
  

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) obteve nesta quarta-feira (27) a prorrogação, por mais 25 dias, da prisão temporária do cirurgião plástico equatoriano Bolivar Guerrero Silva, 63 anos. Ele foi preso no dia 18 no centro cirúrgico no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O inquérito policial foi inicialmente instaurado para apuração de lesão corporal de natureza grave contra a paciente Daiana Chaves Cavalcanti, de 35 anos, que se submeteu a uma abdominoplastia, procedimento para retirar o excesso de pele e gordura da barriga e colocação de próteses de silicone nos seios. O inquérito também apura associação criminosa e cárcere privado, sendo decretada a prisão temporária pelo prazo inicial de cinco dias e, posteriormente, prorrogada por mais cinco dias. 

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Ao receber os autos do inquérito, a promotora de Justiça Cláudia Portocarrero entendeu que, ao contrário do indiciamento feito pela polícia, havia indícios fortes de que o agente teria assumido o risco de matar a vítima e, portanto, teria cometido crime mais grave: homicídio qualificado na modalidade tentada, hediondo. Assim, solicitou o encaminhamento ao Tribunal do Júri de Duque de Caxias.

“O atuar doloso do indiciado e a irresponsabilidade completa, a vilania, a torpeza de motivo para a prática do delito, a ganância, o objetivo de ganhos financeiros em detrimento da saúde da vítima, submetida a cirurgias sucessivas, inclusive para fins estéticos, que jamais poderiam ter sido levadas a efeito, restam indicados nos autos”, escreveu a promotora.

O pedido de prorrogação da prisão foi deferido pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias e os autos encaminhados à Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Caxias para cumprimento de diversas diligências que o Ministério Público entendeu necessárias para a conclusão das investigações e o oferecimento da denúncia.

Depois que o caso de Daiana foi mostrado, mais de 20 mulheres que se submeteram a cirurgias plásticas com o médico Bolívar Guerreiro já procuraram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias para denunciar o cirurgião plástico. Elas alegam que ficaram com sequelas após fazer procedimentos estéticos com Bolívar.

Transferência

Daiana foi transferida no dia 21 para o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) e submetida no dia seguinte  (22), a um procedimento para remoção de tecido necrosado na região abaixo dos seios e na barriga. O curativo foi feito a vácuo.

De acordo com o advogado Ornélio Mota, que defende Daiana Cavalcanti, o procedimento consistiu em tratar a parte necrosada. “Pude constatar que ela se sentia melhor, com a voz firme e já era outra pessoa”, disse.

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