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    PM que matou irmã em São Gonçalo se enrola com a Justiça

    Rhaillayne está presa desde o dia 2 de julho

    Publicado 01/08/2022 às 17:49 | Autor: Rômulo Cunha
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    Rhaillayne utilizou uma roupa camuflada após ser presa.
    Rhaillayne utilizou uma roupa camuflada após ser presa. |  Foto: Karina Cruz

    A policial militar Rhaillayne de Oliveira de Mello, presa após ser acusada de matar a própria irmã Rhayna Mello a tiros em São Gonçalo, virou ré por homicídio duplamente qualificado consumado nesta segunda-feira (1). A decisão foi do Tribunal de Justiça do (TJ-RJ) que aceitou a denúncia do Ministério Público.

    Rhaillayne está presa desde o dia 2 de julho, data do crime, no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói. Segundo relatos, a PM já havia agredido uma outra irmã, grávida, e atirado para o alto ao ter sua entrada barrada em um bar, na noite antes do crime.

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    Leonardo de Paiva Barbosa, também policial militar e responsável por prender a esposa, contou, em depoimento para a 73° DP (Neves), que tudo teve início por volta das 20h30, quando a mulher saiu de casa, acompanhada da mãe Patrícia e a irmã Thaillayne. Elas estavam indo para uma festa de família e pegaram em um carro de aplicativo.

    "A briga começou no retorno da festa de família. O motivo inicial teria sido pelo comportamento de Rhaillayne com o motorista, uma vez que ela o considerou suspeito, e Patrícia e Thaillayne teriam repreendido", relatou.

    Gabriel de Souza Motta, é cunhado da acusado e pai do filho de Thaillayne, ele contou que estava com a outra cunhada, Rhayna, quando ficou sabendo dos desentendimentos dentro do carro de aplicativo.

    Apesar dos desentendimentos no carro, segundo o depoimento de Gabriel, Rhaillayne enviou uma mensagem para Rhayna, convidando os dois para beber. Ao chegarem no local indicado pela mulher, encontraram ela 'bebendo sozinha e mostrando sinais de que estaria sobre o efeito do álcool'.

    "Quando o bar fechou, Rhaillayne quis retornar ao estabelecimento para usar o banheiro, mas foi impedida pelos funcionários e pelo proprietário do bar. Rhaillayne tentou forçar a entrada e intimidar o proprietário do bar e chegou a dar um tiro para o alto", relatou o cunhado.

    Ao saírem do estabelecimento, eles foram em direção a um posto de gasolina. Rhãyna, desconfortável com o comportamento da irmã, ligou para Leonardo, pedindo que ele fosse buscá-la para levar a mulher para casa.

    "Rhaillayne e Rhãyna se desentenderam e começaram a discutir. Leonardo chegou no posto e tentou acalmar a situação, mesmo assim, a briga entre as duas piorou. Rhaillayne agrediu Rhãyna primeiro, dando um soco no cabeça. Rhãyna revidou, agredindo a irmã ao ponto dela se desequilibrar e cair no chão. No momento em que Rhaillayne começou a levantar, ela sacou a sua pistola da cintura e começou a disparar na direção de Rhãyna", continua o relato.

    Entrada na PM

    Rhaillayne Mello já foi reprovada na prova da corporação, segundo processo do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). A policial entrou, por duas vezes, na justiça para conseguir ingressar na corporação. 

    De acordo com o documento, de 2014, Rhaillayne se candidatou no concurso público que oferecia 6 mil vagas para soldados da Polícia Militar. O concurso foi constituído de sete etapas, ela foi  aprovada nas seis primeiras, entretanto, foi reprovada na Investigação Social e documental do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças (CRSP), porque informou possuir desavenças com seu pai e que já havia feito o uso de substâncias entorpecentes .

    Ainda segundo o documento, a investigação identificou que ela já havia sido abordada conduzindo motocicleta sem habilitação.  

    No dia 28 de novembro de 2018 aconteceu o julgamento do processo que investigava a conduta da PM, que na época, ainda era candidata. De acordo com o processo, a Justiça ficou a favor de Rhaillayne por ela ter agido de boa fé revelando que o uso da droga foi realizado antes de se candidatar para a vaga de soldado da Polícia Militar. E, por fim, a declaração da candidata de que teria desavenças com seu pai também não constitui motivo idôneo para a reprovação, especialmente porque sequer foram apuradas eventuais razões da desavença. 

    A Justiça determinou que Rhaillayne continuasse no curso de formação, devendo ser nomeada e empossada, ao final, se aprovada em todas as etapas do concurso.

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